
REINTEGRAÇÃO DA BR 440
Projeto Projeto Alternativo de Sistemas de Espaços Públicos de Lazer para a BR 440
Data 2014
Local Bairro São Pedro, Juiz de Fora, MG
Autoria Amanda de Lana, Carolina Antonucci, Marina Carrara, Naiara Amorim
Destino Disciplina de Arquitetura e Urbanismo VIII – Projeto Urbano
A BR 440: A construção da BR-440 é prevista em uma lei federal. O objetivo da rodovia é ligar duas importantes BRs: a 040 e a 267. De acordo com o projeto, a BR terá nove quilômetros de extensão que irão fazer a ligação da Cidade Alta à Região Nordeste da cidade, afetando aproximadamente 27 bairros, condomínios e loteamentos. A rodovia terá três viadutos e duas pistas de rolamento, além de acostamento, passeios e passarelas para pedestres, canteiros e faixas de segurança. Foram construídos 4 dos 6 trechos previstos, porém, o projeto trás grandes impactos sociais e ambientais tanto para a região onde passa, quanto para a cidade.
IMPACTOS: Para a construção da BR-440 serão necessárias desapropriações de muitos imóveis, além de áreas de lazer da população residente no São Pedro, como o campo da Nova União. Além disso, as rodovias funcionam como verdadeiras barreiras na malha das cidades, dificultando a circulação de pedestres. Além de questões sociais, especialistas avaliam os impactos ambientais que a criação da nova BR poderá acarretar. Problemas como a poluição visual e sonora, além da poluição do ar, podem começar a fazer parte da rotina dos moradores que residem próximo aos locais onde estão sendo executadas as obras. No bairro São Pedro, onde a construção da BR está sendo precedida pelo tunelamento do córrego, aponta-se o aumento do risco de enchentes como um agravante substancial, pois com o fechamento do córrego, ele fica impedido de drenar a água das chuvas e os bueiros, sozinhos, não conseguirão dar vazão necessária para impedir alagamentos, que irão afetar justamente as residências vizinhas à nova rodovia, que ficam num nível inferior à caixa de rodagem da BR.
A PROPOSTA: O projeto a ser desenvolvido surge, portanto, como uma tentativa de dar respostas a algumas dessas questões. Utilizou-se como base para estudos projetuais o Trabalho de Finalização de Curso do arquiteto e ex aluno do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFJF Mateus Esteves, que, em 2010, desenvolveu uma proposta consistente para a área. Tendo passado quatro anos pretende-se, com esse trabalho, compatibilizar e atualizar os elementos de projeto para a situação presente.
VÍDEO: BR440, Impactos e Proposta Alternativa


Tendo em vista a extensão e complexidade do projeto como um todo, viu-se a necessidade de criar uma “linguagem” que desse unidade e identidade ao projeto, e que pudesse ser utilizada em todas as escalas, das grandes até as pequenas (como em um banco de praça ou em uma cobertura de quadra). Para isso, criou-se um “mobiliário” próprio para o projeto, implantado dos Trechos 01 ao 04, utilizados para diferentes usos, escalas e funções. Ou seja, o “formato” dado ao mobiliário é semelhante, mas a “função” diverge em decorrência das necessidades particulares de cada trecho.

TRECHO 01: Próximo à represa do São Pedro, área menos adensada com grandes extensões desocupadas, não há acesso para veículos, e por isso observamos as seguintes características: uso não diversificado, escala de baixa qualidade, boas vistas, boa proteção contra veículos e ruim contra violência, e entorno inativo e monótono. Para este trecho foi proposta uma reserva ecológica, sendo parte visitável, com equipamentos para contemplação e para educação ambiental.
TRECHO 2: Entre o trevo e o cruzamento do German, é hoje uma via rápida para veículos e muito utilizada por ciclistas, é uma área pouco adensada mas ocupada. Por isso, em toda sua extensão observamos como principais características o uso com alguma diversidade, porém ainda baixa, conforto para esporte e caminhar razoáveis, escala de baixa qualidade, proteção baixa contra tráfego e melhor contra a violência, e entorno ativo porém ainda monótono. Para este trecho a proposta é um parque linear voltado para esportes e redução das vias para uma das laterais do rio. Neste trecho há também previsão para represas de contenção e uma praça multiuso também voltada para esportes com acesso pelo parque linear e pelo bairro vizinho Santos Dummond.
TRECHO 3: Próximo ao Bahamas até o limite com o bairro Jardim Casablanca, é uma via parcialmente acessada por veículos que corta a área mais adensada do bairro São Pedro. Observamos as características do uso bastante diversificado, conforto para esporte e caminhar razoáveis, escala de melhor qualidade, proteção mediana em relação ao tráfego e boa contra a violência, e entorno bastante ativo. Neste trecho há vários bares e casas noturnas, e por isso percebe-se uma vocação para área de eventos. Para este trecho foi proposta então uma grande praça seca, com poucos equipamentos, prevendo a montagem de eventos como shows, feiras, eventos locais, etc.
TRECHO 4: Margeia o Bairro Jardim Casablanca, e é também parcialmente acessada por veículos e muito utilizada por moradores deste bairro. Em sua extensão, observamos o uso bastante diversificado, conforto para esporte e caminhar razoáveis, escala de boa qualidade, proteção mediana contra o tráfego e boa contra violência, e entorno bastante ativo. Neste trecho há um uso mais local e por isso foi proposta a continuidade do parque linear, porém com uma configuração mais intimista, com mais equipamentos de estar, playground e mais arborizado, com plantação de frutíferas.